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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Saudosismo...

F2 Matra em um festival de automóveis de competições clássicos


Reproduzo um comentário que lí no blog do Flávio Gomes (www.colunistas.ig.com.br/flaviogomes) hoje e achei muito interessante. 

O nome do leitor que fez o comentário é Roberto Tremper. Abaixo seu comentário

"Viajar de avião já não dá mais, é um saco. Muita revista, muita segurança. Não se come mais comida decente a bordo. Dirigir um carro normalmente, nas ruas, nas estradas, já não dá mais, é muito pardal, é muita multa, é muita blitz, é tolerância zero, é falsa blitz, é muito assalto, é muito vidro fumê, é muito ar-condicionado, é muito GPS, é muita eletrônica. Hoje em dia, carro sem bateria não pega mais no tranco, carro engasgando não se resolve assoprando o gicleur. Não há mais toca-fitas, há bate-estacas. Já não se consegue mais sequer trocar um mísero pneu em paz - é melhor usar um spray bem rápido para evitar batidas e assaltos. Não se consegue mais xingar alguém no trânsito (uma bronca normal, do tipo “barbeiro!!”): o risco de se levar um tiro por causa disso é imenso. Tudo isso é a vida, e a F1 também, está tudo igual, a vida está ficando insossa. Sem sal, sem açucar, sem tesão; tudo politicamente correto, não se pode mais contar uma piada “étnica”, aliás, o uso da palavra “étnica” em si já é um saco; não se pode beber, não se pode fumar, churrasco, feijoada, tudo faz mal à saúde, está tudo uma bela bosta. Assim, assistir F1 também já não dá mais, está (é) um porre. Muita armação, pouca corrida. Muita punição, pouca esfregação. Muita simulação, pouca emoção. Correr , pilotar, ter equipe, deve estar sendo tão ruim como se vê daqui de fora, tal qual como você comentou."

Muito interessante este texto.  Reproduz o que muitos sentem hoje vivendo nos grandes centros urbanos, poluidos, engarrafados, inseguros e insossos. Gente que almeja ser igual ao vizinho e sonha em aparecer em alguma coluna social, mesmo que praticando atos politicamente incorretos como se tornar "Garota alguma fruta". Partilho deste sentimento saudosista que hoje esta inundando o pensamento de muitas pessoas. Pessoas que como eu sentem medo de sair de casa a cada vez que precisa ir comprar o pão, cidadãos honestos que não almejam serem um super profissional apenas para se tornar famoso, trabalhando com qualquer coisa que possa garantir um bom salário,  mas que querem ser o melhor possível por paixão a alguma coisa. 
Infelizmente o mundo hoje é gerido por pessoas assim, sem paixão. A paixão faz com que tenhamos atitudes impensadas, imprevisíveis, humanas.

Hoje todas a pessoas são iguais, todos os prédios são iguais, os carros tambem, feche os olhos e dificilmentemte saberá se esta em um GM ou em um Ford. Um volksvagem tem cara de Audi somente por são dos mesmo grupos, mesmo tendo histórias distintas e a Tata é dona da Land Rover apenas porque tem dinheiro. Ferrari é um carro confortável, Toyota vende mais carros do que a General Motors,  a China fabrica carros modernos e o Brasil bate recorde anos após anos. 

O mundo sempre mudou a cada dia, a cada minuto, a cada segundo, mas sempre manteve a sua essência. Hoje assistimos a uma derrocada dos bons constumes e da educação familiar, e somos coniventes, silenciosos e anônimos, com a falta de humanidade das pessoas que regem as nossas vidas. Os governantes só pensam em números. As empresas só pensam em números. As famílias só pensam em números. As crianças já nascem pensando em números. A grande maioria assite a TV todas as noites sem saber que é um zé-ninguem perante os novos padrões da sociedade cosmopolita, onde uma esquelética modelo drogada ocupa 13 minutos em uma reportagem  no programa de maior audiência na noite de domingo e é tratada como modelo de mulher moderna. Infelizmente a grande maioria de nós somos apenas números. Somos apenas um pontinho na estatística do IBGE. Pessoas comuns que pagam impostos e lutam dia-á-dia para sobreviver. Gente como eu, que apenas quer sair de manhã para trabalhar sem imaginar que a bolsa pode quebrar, que meu bolso pode quebrar, que a empresa onde trabalho pode quebrar, que a faculdade onde estudo pode quebrar. Antigamente as empresas eram mais do que simples números. Eram sonhos de empreendedores que eram responsáveis pela vida de muitas pessoas. Estas pessoas trabalhavam mais felizes por anos neste lugar pois eram leais a estas empresas.
Hoje o mundo mudou. Ficar mais de 5 anos na mesma empresa é atestado de incapacidade. Quem contrata agora se chama Head Hunter, e o profissional vale mais pelos títulos do que pela sua experiência. Daqui há um tempo não existirão mais aposentados, mas escravos da sociedade que exige cada vez mais desempenho em troca de salários cada vez mais curtos. 

Enquanto isso eu escrevo aqui no blog... assitindo ao fim de uma era, meio perplexo, meio maravilhado, meio decepcionado com o futuro (Quem nunca pensou que no ano 2000 os carros seriam voadores ?) 

E você?  O que faz para suportar a pressão imposta pelas mudanças? 


2 Comentários:

Anônimo disse...

Prezado. Gostei do seu comentário sobre o meu comentário. A complementação foi perfeita. Principalmente, sobre o lado profissional, sobre a paixão de fazer. Eu? Sou um simples engenheiro que simplesmente adora o que faz. Nasci assim. Não sei fazer meia-boca, quase-bom, mais-ou-menos. Ou está certo ou não está certo. Detesto a lei de Gerson. Chega. Abraços,

Anônimo disse...

Excelente comentário amigos. O mundo hoje é uma perfeita combinação do que é desprazível é horrivel. Cada vez menos se tem humanidade. Sou analista de sistemas a 15 anos, no começo adorava meu trabalho, mas hoje com tanta parafernalia idiota tudo ficou cinza demais que até o que mais adoramos perdeu a a graça. Compartilho do que disse Roberto Tremper (Não sei fazer meia-boca, quase-bom, mais-ou-menos. Ou está certo ou não está certo), mas hoje amigo infelizmente a ordem é o "quase", ou "assim tá bom".
Abraços

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